Em cada poema tropeçamos, pelo menos, numa pedra.
Também as pedras, à semelhança das palavras, constroem muros e pontes, embelezam, elevam, enlevam ou, discretamente, transmutam...
Aqui respiram e suspiram as pedras, companheiras de todos nós: dos esotéricos, dos estetas e dos céticos.
Seremos nós que as escolhemos ou serão elas que nos acolhem a nós, incondicionalmente, na sua aparente quietude?
quarta-feira, 26 de março de 2008
Beijo frio em boca rubra, florida
(Pregadeira/ medalhão: Beijo frio em boca rubra, florida)
Quero adormecer na tua língua
como um fruto um beijo um poema
Quero atravessar a seara ondulada de vento
e assinalar a boca rubra das papoilas
Quero dizer-te o mar de cobalto que há no meu peito
penetrar contigo florestas de lilases
arremessar-me à praia
ser uma pedra
dentro da tua mão fechada
ao amanhecer.
Rosa Lobato de Faria
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