Em cada poema tropeçamos, pelo menos, numa pedra.
Também as pedras, à semelhança das palavras, constroem muros e pontes, embelezam, elevam, enlevam ou, discretamente, transmutam...
Aqui respiram e suspiram as pedras, companheiras de todos nós: dos esotéricos, dos estetas e dos céticos.
Seremos nós que as escolhemos ou serão elas que nos acolhem a nós, incondicionalmente, na sua aparente quietude?
quarta-feira, 26 de março de 2008
Órbitas Semi-Preciosas
(Pregadeira/ medalhão: Órbitas Semi-preciosas)
Carência
(…)
Estes ossos brilhando na noite,
estas palavras como pedras preciosas
na garganta viva de um pássaro petrificado,
este verde muito amado,
esta lã quente,
este coração só misterioso
Presença
a tua voz
neste não poderem sair as coisas
do meu olhar
elas desapossam-me
fazem de mim um barco sobre um rio de pedras
se não é a tua voz
tu desatas-me os olhos
e por favor
que me fales
sempre.
Alejandra Pizarnik
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