domingo, 29 de junho de 2008

Os Chakras e as Pedras


Assim como os florais, as pedras emitem vibrações de determinada frequência, com as quais podemos sintonizar-nos chakricamente para diversas finalidades, iniciando uma verdadeira alquimia interna.
Conciliando com a meditação e a oração, é possível alterar estados negativos e encontrar soluções para diversas situações.
Qualquer um de nós pode usar uma pedra para mudar um quadro depressivo, adquirir mais empenho no trabalho, melhorar a sua expressão ou potencializar os seus rituais pessoais...

Muladhara


1 - O chakra básico fica situado na direcção da base da coluna, bem acima dos órgãos de reprodução. Relaciona-se com a parte inferior do corpo, os pés, o ancoramento e os instintos físicos. É a casa da energia Kundalini adormecida, a força criativa do Kosmos. É através dele que “plantamos” os nossos pés no chão e nos relacionamos com o mundo físico. O seu elemento é Terra. A sua cor é o vermelho e as pedras que com ele se relacionam são vermelhas, marrons, cinzas, pretas ou multicoloridas (como a Granada ou o Quartzo Fumado).
O seu mantra é lam.

Svadisthana


2 - O chakra sexual situa-se três a quatro centímetros abaixo do umbigo, e trabalha com a energia sexual e a criatividade. É ligado também à produção da adrenalina, e ao amor do homem pela Terra e pela Natureza. Tudo que criamos na nossa mente activa-se para manifestação através deste centro de energia. Fisicamente rege os órgãos sexuais. A sua cor é laranja, assim como a das pedras que lhe correspondem (como a Ágata Cornalina).
O seu mantra é vam.

Manipura


3 - Este chakra do plexo solar localiza-se de quatro a seis centímetros acima do umbigo. Controla toda a nossa energia emocional e é fortemente ligado ao Ego individual. Fisicamente rege o aparelho digestivo. Não é por coincidência que problemas emocionais sempre causam problemas digestivos. A emoção e a digestão estão intimamente ligadas. A cor do terceiro chakra é o amarelo e ele associa-se directamente ao pâncreas. As pedras associadas são de cor amarela (como o Citrino).
O seu mantra é ram.

Anahata


4 - O chakra cardíaco localiza-se no centro do peito, entre os mamilos, ao nível do xifoíde. É associado ao timo e é nele que se concentra a energia do Amor Incondicional, a nossa fonte vital. É responsável também pela saúde e vitalidade do corpo físico, o coração e os pulmões. A sua cor é o verde, e as pedras a ele associadas são verde - representando a cura e a energia vital - ou cor-de-rosa - representando o Amor (como a Aventurina, o Quartzo Verde e o Quartzo Rosa).
O seu mantra é yam.

Visshuda


5 - O chakra laríngeo situa-se na região da garganta e associa-se à tiróide, que por sua vez está ligada ao metabolismo do corpo. Este centro energético é responsável pela verbalização, pela comunicação da nossa verdade interior e pela respiração. Fisicamente rege a garganta, a laringe, a boca e o nariz. É através desse chakra que purificamos as nossas energias. A sua cor é o azul, assim como a das pedras que aí trabalham (como o Quartzo Azul e a Turmalina Azul).
O seu mantra é ham.

Ajna


6 - O chakra frontal está localizado entre as sobrancelhas, e é também conhecido como Terceiro Olho ou terceira visão. Associa-se também com a glândula pituitária e é responsável pela nossa concentração, memória, imaginação e visualizações. Pode-se compará-lo ao computador que registra no nosso cérebro as informações e sensações recebidas através do chakra coronário, para que possamos compreendê-las e dar-lhes forma através de pensamentos ou imagens. A sua cor é o índigo (azul anil), e as pedras que trabalham com esse centro energético têm também esta cor (como a Sodalite e o Lápis-lazúli).
O seu mantra é om.

Sahasrara


7 - O chakra coronário situa-se na cabeça, no centro, e é também conhecido como a Coroa. Relaciona-se com a glândula pineal. A sua cor é o violeta, e está directamente ligado à espiritualidade, ao contacto com o Eu Superior, à canalização e à meditação. Fisicamente, rege a nossa cabeça e o sistema nervoso central. É através do chakra coronário que entram no corpo as energias de transmutação, purificação e espiritualidade. As pedras que trabalham no sétimo chakra são as de cor branca transparente (incolores), dourada e violeta (como a Ametista).
Não tem nenhum elemento ou mantra associado.

AS MUSAS CEGAS

"(…)

V

Esta linguagem é pura. No meio está uma fogueira
e a eternidade das mãos.
Esta linguagem é colocada e extrema e cobre, com suas
lâmpadas, todas as coisas.
As coisas que são uma só no plural dos nomes.
- E nós estamos dentro, subtis, e tensos
na música.

Esta linguagem era o disposto verão das musas,
o meu único verão.
A profundidade das águas onde uma mulher
mergulha os dedos, e morre.
Onde ela ressuscita indefinidamente.
- Porque uma mulher toma-me
em suas mãos livres e faz de mim
um dardo que atira. - Sou amado,
multiplicado, difundido. Estou secreto, secreto-
e doado às coisas mínimas.

Na treva de uma carne batida como um búzio
pelas cítaras, sou uma onda.
Escorre minha vida imemorial pelos meandros
cegos. Sou esperado contra essas veias soturnas, no meio
dos ossos quentes. Dizem o meu nome: Torre.
E de repente eu sou uma torre queimada
pelos relâmpagos. Dizem: ele é uma palavra.
E chega o verão, e eu sou exactamente uma Palavra.
- Porque me amam até se despedaçarem todas as portas,
e por detrás de tudo, num lugar muito puro,
todas as coisas se unirem numa espécie de forte silêncio.

Essa mulher cercou-me com as duas mãos.
Vou entrando no seu tempo com essa cor de sangue,
acendo-lhe as falangetas,
faço um ruído tombado na harmonia das vísceras.
Seu rosto indica que vou brilhar perpetuamente.
Sou eterno, amado, análogo.
Destruo as coisas.

Toda a água descendo é fria, fria.
Os veios que escorrem são a imensa lembrança. Os velozes
sóis que se quebram entre os dedos,
as pedras caídas sobre as partes mais trémulas
da carne,
tudo o que é húmido, e quente, e fecundo,
e terrivelmente belo
- não é nada que se diga com um nome.
Sou eu, uma ardente confusão de estrela e musgo.

E eu, que levo uma cegueira completa e perfeita, acendo
lírio a lírio todo o sangue interior,
e a vida que se toca de uma escoada
recordação.

Toda a juventude é vingativa.
Deita-se, adormece, sonha alto as coisas da loucura.
Um dia acorda com toda a ciência, e canta
ou o mês antigo dos mitos, ou a cor que sobe
pelos frutos,
ou a lenta iluminação da morte como espírito

nas paisagens de uma inspiração.
A mulher pega nessa pedra tão jovem,
e atira-a para o espaço.
Sou amado. - E é uma pedra celeste.

Há gente assim, tão pura. Recolhe-se com a candeia
de uma pessoa. Pensa, esgota-se, nutre-se
desse quente silêncio.
Há gente que se apossa da loucura, e morre, e vive.
Depois levanta-se com os olhos imensos
e incendeia as casas, grita abertamente as giestas,
aniquila o mundo com o seu silêncio apaixonado.
Amam-me; multiplicam-me.
Só assim eu sou eterno."



Herberto Helder