Em cada poema tropeçamos, pelo menos, numa pedra.
Também as pedras, à semelhança das palavras, constroem muros e pontes, embelezam, elevam, enlevam ou, discretamente, transmutam...
Aqui respiram e suspiram as pedras, companheiras de todos nós: dos esotéricos, dos estetas e dos céticos.
Seremos nós que as escolhemos ou serão elas que nos acolhem a nós, incondicionalmente, na sua aparente quietude?
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Lava & Gelo
(Madre-pérola, Obsidiana-floco-de-neve, Opalite, Jaspe Vermelho, Jaspe Preto, Lápis-lazúli, Aventurina Azul, Coral e Magnesite)
Estátuas irrompendo da terra, que tumulto absorvem?
Os cabelos resplandecem.
Os símbolos que celebram dão à pedra uma tensão, um
desenvolvimento, uma aura.
Em cada uma delas eu abraço uma estrela.
Abraço-a ponta a ponta das mãos
numa só massa transpirada.
Arrebata-me, calcina-me.
O chão é a potência astronómica.
No escuro do ar rebentam floras. A carne única
vibra como uma vara
de baixo
para cima.
Herberto Helder
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Herberto Helder ficou tão bem aqui com as Pedras & Suspiros!
ResponderEliminarIntensidade...
Gostei!...
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